domingo, 3 de maio de 2009

Ato na Sé reúne milhares contra a crise e o capitalismo

PRIMEIRO DE MAIO

Partidos políticos, centrais sindicais e movimentos populares criticaram medidas do governo Lula, afirmaram que os trabalhadores não vão pagar pela crise mundial e defenderam a superação do sistema, rumo a uma sociedade socialista.


Com muitas bandeiras, faixas e cartazes de protesto, milhares de trabalhadores e militantes de partidos políticos e movimentos populares ocuparam a Praça da Sé nesta sexta num ato combativo eclassista que marcou o 1o de Maio em São Paulo. Um dia depois da divulgação pelo DIEESE de que o desemprego está crescendo nas principais capitais do país, chegando a 15% da população, a manifestação criticou as medidas adotadas pelo governo Lula para conter a crise e afirmou a disposição de luta para que os trabalhadores e trabalhadoras não paguem pela crise.

“É hora do governo federal adotar medidas de apoio ao povo, e o que acontece é o contrário”, explicou o deputado federal Ivan Valente. “Lula dá dinheiro para o agronegócio, enquanto diz que não tem dinheiro para a reforma agrária e assiste a companheiros do campo sendo massacrados; reduz o IPI e no dia seguinte assiste as montadoras mandarem 12 bilhões para as matrizes no exterior, sem barrar a remessa de lucros; socorre as empresas que estão demitindo enquanto os presidentes da Vale e da Embraer exigem um regime de exceção e flexibilização de direitos”, completou.

Para Mancha, do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e da Conlutas, o governo Lula tem feito muito para ajudar os grandes capitalistas. “Já deu 380 bilhões de reais pra as grandes empresas e agora quer dar dinheiro para o FMI ajudar a salvar os bancos. Quando os metalúrgicos da Embraer foram pedir ajuda pro governo ele disse que estava torcendo para a Justiça dar ganho de causa para nós”, criticou. Segundo Dirceu Travesso, do PSTU, a crise é o momento em que o Estado revela sua verdadeira face. “Não tinha dinheiro para a saúde e para a educação e agora continua injetando trilhões para os bancos”, disse.

Em várias capitais do Brasil e em países nos cinco continentes, houve repressão contra manifestações que tiveram como eixo central o combate ao desemprego e a crítica à redução de direitos e salários. A Intersindical lembrou que aqui no Brasil, no entanto, há centrais sindicais que aceitam esta política para ajudar os patrões a saírem da crise – e depois fazem festas do Dia do Trabalhador financiadas por empresas que estão demitindo funcionários. Todos foram unânimes ao afirmar a importância da estatização do sistema financeiro e das empresas que estão demitindo em massa, como a Embraer.


UMA PROPOSTA PROGRAMÁTICA E UNITÁRIA DE ESQUERDA

Intersindical e Conlutas lembraram o ato do dia 30 de março, que reuniu cerca de 10 mil pessoas em São Paulo, e a importância da unidade das centrais. Uma nova jornada de luta conjunta está sendo construída para o período de 2 a 7 de junho. O desafio maior, no entanto, é o debate da reorganização sindical e a construção de uma alternativa de luta no campo do sindicalismo.

Para o PSOL, a marca deste 1o de Maio, quando atravessamos a maior crise do capitalismo, é apontar para o futuro, rumo a uma sociedade socialista. É fundamental aproveitar a oportunidade do debate sobre mudanças estruturais, colocada pela própria crise do sistema, e trabalhar pela construção de uma proposta programática e unitária de esquerda.

“Distribuir renda, realizar a reforma agrária, estatizar o sistema financeiro e empresas estratégicas”, disse Ivan Valente. “Não podemos aceitar a polarização entre o ruim e o pior. Temos que criar uma alternativa socialista para 2010, com mobilização nas ruas, bandeiras vermelhas, retomando a esperança do povo”, concluiu.

Fonte: Site do Deputado Ivan Valente

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